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18 de abr. de 2016

É preciso seguir em frente


                                                                                               Google Imagens

Benjamin foi uma pessoa incrível. Ele tentava viver todos os dias como se fosse o último. Fazia bem a todos e não se importava se diziam que ele era bobo ou algo do tipo. Tinha todos os sonhos do mundo dentro de si. Sonhava em ter um amor, mas tinha medo de amar. Sonhava em sair de sua cidade, mas tinha medo de arriscar. Sonhava em dizer não, mas tinha medo das pessoas. Sonhava com o silêncio, mas tinha medo da solidão.

Ele tinha um mundo dentro de si, um mundo que ninguém teve acesso. Um mundo que ele queria compartilhar com alguém. Mas ficou só no querer, porque por mais que ele tentou, não foi possível o amor. Para ele o amor se tornou uma ilusão. Acredito que para qualquer um que se entrega e é traído. Depois disso, ele nunca mais foi o mesmo. E foi então que ele percebeu que com a mesma capacidade que as pessoas tem de te fazer feliz, tem de te fazer sofrer. Essa foi uma das piores noites de sua vida, ele não conseguia lembrar dos bons momentos, porque mesmo que todos dizem que é preciso perdoar, ele não conseguiu. Era terrível demais.

Ele vivia com seus pais. Ele tinha tudo, mas nunca o suficiente. O seu tudo era sua família, mas infelizmente ele não conseguiu ver isso. Se tornou cego pela riqueza dos outros e se esqueceu de agradecer pelo que tinha.Muitos não conseguiam encarar seus olhos por muito tempo, tamanha dor que transparecia em seu olhar. Ele sempre foi o errado. Não importava quantas vezes ele tentava, quantas vezes ele explicava seu lado, ele sempre foi o bad guy.

Ele sempre quis se sentir livre. Talvez foi por isso que sua casa sempre parecia uma prisão. Com o passar do tempo tudo se tornou cinza e ele meio que enlouqueceu. Perdeu o contato com o mundo. Ficou muito difícil sobreviver. Ele não queria morrer. Só queria o silêncio, só queria acabar com a dor. Só queria acabar com as ilusões. Só queria acabar com sua tristeza sem explicação.

Foi quando ele decidiu aproveitar o caminho. Observou cada centímetro que seus olhos tocaram. Sorriu ao ver a felicidade de uma criança ao tomar sorvete. Ajudou uma senhora com as sacolas e seu agradecimento foi a melhor coisa que aconteceu em sua vida em anos. O canto dos pássaros foi a mais sincera música que já havia escutado. O vento fazia carinho em seu rosto, foi então que ele abriu os braços e sentiu como se estivesse voando. Foi a única vez que sentiu a liberdade. A última coisa que ele se lembrou foi do choro de sua mãe. Mas ele não podia fazer nada.Era preciso seguir em frente. Sempre é.

31 de ago. de 2015

UM TREM CHAMADO VIDA | Gabriel Alves



Acredito que um dos principais problemas do ser humano, é não valorizar aquilo que tem enquanto se tem. Geralmente, só notamos o quanto algo era precioso para nós quando já não está mais ao nosso alcance, e tudo o que temos a respeito deste são lembranças.

Recentemente, indaguei a um amigo a respeito disto. Estamos no último ano do Ensino Médio. Perguntei a ele se daqui a um ano, acreditava que ainda seríamos tão próximos quanto somos hoje. Sem hesitar, ele disse que não. Me afirmou que daqui a um ano ele provavelmente terá novas amizades, novas coisas para se fazer. Minha resposta foi simples. “Você precisa se desfazer de antigas amizades para fazer outras?”.

Acredito que cada momento é único e singular. Cada oportunidade de ser feliz que passa por nós, deveria ser agarrada com uma força imensa, afinal, a vida que temos não é eterna e a qualquer instante pode ser retirada de nós. Mas não é o que fazemos, rs. Em geral, pensamos, repensamos e listamos todos os contras. Insegurança. E quando já não temos mais a oportunidade ao nosso alcance, nos perguntamos o motivo pelo qual não a aproveitamos. O valor só vem quando perdemos – e o pior é que provavelmente nunca teremos tais oportunidades de novo.

Meu amigo não estava totalmente errado, embora eu não queira aceitar a ideia de perder amigos sinceros que hoje tenho comigo. A vida é semelhante a um trem. Entramos, nos sentamos rumo a um destino, e fazemos amizades ao longo do trajeto. Mas chega a hora de descer. Tudo o que quero agora, é aproveitar de todas as formas, o trajeto que estou percorrendo. Com os meus amigos. Com minha família. As oportunidades que tenho de crescer. De viver. De sorrir. De fazer alguém sorrir. Valorizar o momento enquanto eu ainda o tenho.

Daqui a um segundo, meu destino pode ser anunciado e terei de descer deste trem chamado vida.

Viva intensamente.

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TEXTO DE GABRIEL ALVES
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