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16 de nov. de 2015

Resenha - Reconstruindo Amelia, Kimberly McCreight


Sinopse: Você conhece a pessoa que mais ama no mundo? Kate Baron achava que sim até receber a devastadora notícia de que Amelia, sua filha de 15 anos, cometeu suicídio pulando do telhado do colégio particular onde estudava. Poucos dias depois, entretanto, uma mensagem anônima em seu celular revela que a morte de sua filha talvez não tenha sido da maneira que as autoridades alegaram. Amelia pode ter sido assassinada? Como advogada, Kate está determinada a descobrir a verdade e, para isso, mergulha no passado da filha, recolhendo cada fragmento de e-mail, cada linha dos textos do blog, cada atualização de status do Facebook.Sempre um passo atrás da verdade, ela descobre um lado de Amelia que nunca imaginaria que existisse. Este impressionante romance de estreia vai além de uma história sobre segredos e mentiras. Narra a busca de uma mãe tentando reunir cada detalhe possível para reivindicar a memória da filha que não pôde salvar.


Título: Reconstruindo Amelia
Título Original:  Reconstructing Amelia
Autor: Kimberly McCreight
Editora: Arqueiro
Páginas: 351
Ano: 2014

Reconstruindo Amelia é um livro de investigação policial que mistura drama e romance. Se antes eu imaginava que se tratava de uma história cliché e mal estruturada, agora, depois da leitura, posso dizer que entrou para a lista dos meus livros favoritos, o que não acontece com frequência em se tratando de livros que misturam esses gêneros.


A narrativa não segue um padrão cronológico retilíneo, mas altera entre as perspectivas das duas personagens centrais com trechos de blog, mensagens e e-mails. E não é spoiler se eu disser que a personagem Amelia morre, mas de forma brilhante e muito bem colocada pela escritora, ela continua presente, de modo que cada página seja devorada ferozmente pelo leitor, porque, sendo sincera, não há como largar esse livro. Cada página é revolta em mistério e muita comoção.

O enredo é intrigante, sobre uma mãe desesperada e eventualmente se sentindo culpada pela morte da própria filha, que a princípio teve a morte decretada pelo médico legista como sendo suicídio. Kate, uma mulher bem-sucedida, advogada em uma firma reconhecida e com tão pouco tempo para sua única filha, mas que mesmo assim nunca a havia deixado de amar. E isso era mútuo entre as duas.

 Então, Kate começa a se questionar sobre o que de fato tinha acontecido com Amelia. Como poderia sua linda, inteligente e dedicada filha decidir terminar com a própria vida? Agora, Kate e o tenente de polícia reabrem o caso e fazem investigações mais apuradas sobre o que acontecera. Cada vez mais envolvida a mãe se via na vida e nas decisões que hipoteticamente  haviam levado Amélia para aquele trágico fim, mais circundada em segredos Kate se encontrava. Segredos estes que existiam em ambos os lados.

Já Amélia tinha 15 anos, estudante do 2º ano do colegial em uma escola exclusiva, o Grace Hall, aluna e filha exemplar, amante da escritora Virgínia Woolf e, por causa da sempre ausência da mãe em razão do emprego, um pouco solitária. A melhor amiga dela era a Sylvia, mas, apesar de as duas estarem juntas a maior parte do tempo, isso raramente acontecia quando Sylvia estava em relacionamentos. Em um dia, Amélia é convidada para se juntar à um clube secreto, o Magpies, em que as garotas usavam codinomes para se referirem umas às outras. Embora tenha jurado para Sylvia que jamais entraria em um desses clubes sem que as duas fossem convidadas,  Amelia acaba cedendo ao convite.

Reconstruindo Amélia é um livro inteligentíssimo, sem dúvidas. Ele consegue prender a atenção de quem o lê e cumpre muito bem o papel de emocionar, cativar e surpreender. É incrível como a escritora soube colocar cada coisa em seu devido lugar, tudo minuciosamente calculado e pensado. Uma história que deve ser relida, para que as entrelinhas sejam captadas e compreendidas. Eu recomendo muitíssimo a leitura.

Tenho raízes, mas flutuo.  Virginia Woolf

Kimberly McCreight se formou em direito com honras. Após trabalhar em algumas das melhores firmas de advocacia de NY, ela largou o direito e foi escrever. Mora no Park Slope, no Brooklyn, com o marido e as duas filhas.




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