As pessoas devem pensar que sou louca
porque, quando irritada, atiçada,
minhas mãos começam a tremer.
É como se eu não quisesse brigar,
meu corpo reluta para que eu não o faça
mas é mais forte.
As pessoas, conhecendo esse ponto fraco,
fazem de tudo para eu ficar nas piores das minhas crises nervosas.
É incrível como tudo se resumiria a cada um ficar na sua.
Eu não busco confusão, busco paz.
Porém, sempre alguém vem buscar guerra.
Queres guerra?
Lhes darei,
fogo, sangue, furor, ódio mortal.
---------------------------------------------------------------------------------------------------
Relato da casa onde moro:
São poucos os que não brigam/reclamam de mediocridades. E eu poderia citar as pessoas boas, que são menos de meia dúzia. Numa casa de 23 pessoas.
Tem essa garota, a qual, hoje, odeio fervorosamente.
Eu e ela costumávamos ser amigas, mas comecei a notar atitudes que me deixaram um pouco paranóica quanto a confiar nela. Uma das coisas que me fizeram estourar: ela prestou todo o cuidado pra um dos moradores da casa que, nesse dia, teve um desmaio. Na hora de levá-lo para a Unidade de Pronto Atendimento, porque o Samu já estava na nossa porta, alguém deveria ir com ele. Ela não se propôs a ir e ela era a única que estava cuidando dele. Pois bem, com raiva e sem celular (eu tinha perdido meu celular numa festa), fui. Dias depois, briguei com ela, disse que não confiava mais nela e que isso era o pior que eu poderia esperar de um ser humano : não ter confiança nele. Já não tinha mais jeito, disse outras coisas horríveis.
Certo dia me indignei porque tudo era motivo para discutir, também. Se tinha um papel de bala no chão do nosso quarto - não havia dito antes, mas ela era minha companheira de quarto - ela reclamava comigo. Eu simplesmente nunca gostei de caçar confusão com as pessoas, logo, sempre fiz as coisas que eu achava estarem erradas, ainda mais coisas pequenas como tirar um papel do chão. E teve esse dia que ela reclamou do papel. Mandei mensagem pro meu namorado xingando ela de nomes ruins, dizendo que queria ir para outro quarto, outra casa. Até que desci para lavar minhas roupas e quando subi de volta para meu quarto, eis que a boa moça estava lendo as mensagens no meu computador privado. Aí que eu xinguei ela toda e disse que não confiaria nela nunca mais mesmo e mudei minhas coisas para o quarto do meu namorado - ele ainda morava conosco (nossa casa é mista).
E foi aí minha história com ela. Ralo.
Certo dia, já estava de saco de todos, nem dormindo mais em casa eu estava, cheguei com fome de algum lugar que não vem ao caso e um dos moradores da casa estava cozinhando arroz. Uma panela de arroz. Aqui em casa todos têm direito às comidas básicas, porque, apesar de morarmos numa casa cedida pela Universidade, contribuímos com um valor x para pagamentos de despesas como alimentação básica - arroz, feijão, óleo, etc e produtos essenciais da casa.
Eu inicialmente fritei um ovo, peguei uma concha do feijão que estava no fogão e pedi para esse garoto duas colheres do arroz que ele estava a preparar. De início disse que só dava para ele (UMA PANELA) e que eu poderia cozinhar para mim também, assim como ele estava fazendo. Ok, não dei muita bola. Sabia que se pedisse mais um pouco ele me daria, afinal, era comida, né? E era meu direito e meu DINHEIRO também, né? E era uma PANELA. Depois de eu assistir ele virar a panela no proprio prato até fazer uma montanha, pedi as raspas da panela. Eu estava com meu prato : o ovo frito e o feijão, só faltavam as raspas. Assisti mais uma vez ele virar as raspas da panela no prato dele enquanto eu bufava de ódio. Não aguentei, xinguei de tudo que era possível alguém ser xingado. DE PIOR LIXO HUMANO DO MUNDO, HIPÓCRITA, FALSO CRISTÃO. Enfim, tive um ataque de nervos, igual o caso da guria que leu minahs mensagens. Nessa casa foram esses dois ataques, mas sempre tenho outros mini ataques, tipo ao ler uma mensagem desagradável do grupo dessa maldita casa.
Eu quero ser ruim a ponto de não me importar, mas eu simplesmente me importo e sinto demais as coisas. Queria mandar todos tomarem no cu até morrerem. E eu ser feliz e plena.